Não tem jeito, alguns pacientes eles vêm tão sensíveis, tão feridos, tão frágeis, que a nossa vontade é pegar, colocá-los no colo e deixá-los ali para sempre. Mas, essa não é a nossa função.
Muitas vezes, quando a gente desenvolve dó por um paciente, tiramos a chance desse paciente ser visto com potência, de ser enxergado naquilo que ele pode desenvolver e alcançar.
Tratar um paciente como se fosse um filho, o protegendo do mundo, de verdades duras e o protegendo, inclusive, da própria dor, pode parecer um gesto de carinho, mas é, na verdade, um gesto de violência.
O paciente precisa ser visto com verdade, com potência e com amor. E o amor enxerga aquela pessoa inteira e não só as partes quebradas.
Se você vê só a parte frágil e impotente do paciente, você reforçará um lugar de vítima nele. E, muitas vezes, as mães fazem isso, porque estão emocionalmente vinculadas.
É importante que você tenha afeto pelo seu paciente, mas que você não roube dele a chance de crescer, de se tornar autêntico e autônomo.
Às vezes, a gente precisa dar colo para o paciente. Mas, isso precisa durar só o tempo em que ele precisa daquele colo. Depois, é importante colocá-lo no chão e ajudá-lo a andar com as próprias pernas.
Se você se percebe sentindo dó do seu paciente ou o tratando com mais cuidado do que ele realmente precisaria, talvez, seja o momento de voltar para a supervisão e olhar para isso e aprofundar o seu olhar na sua própria terapia.
Conta pra mim, terapeuta, já aconteceu algo parecido com você? Em sua opinião como devemos trabalhar essas questões?
Bjpro6
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