Quando somos, sistematicamente, expostos a falhas, isso se dá com a falha da nossa família, da sociedade que nos cerca, das pessoas que deviam nos amar e nos traem... acabamos identificados com essa falha. Como se todas as falhas do nosso entorno representassem que tem algo errado com a gente. E isso pode trazer uma sensação de que somos tóxicos. De que tudo que a gente toca acaba estragando, como se tivéssemos uma destrutividade dentro de nós que precisa ser contida.
Isso é muito comum na experiência do homem gay, pelo processo de compartimentalização, pela experiência de vergonha e tantas outras coisas que falamos aqui nas últimas duas semanas. Mas, isso pode acontecer com qualquer pessoa.
E a nossa tendência é se esconder, se fechar, como se ao guardar a nossa toxidade, a gente não fizesse mal para o mundo. Mas, isso é um erro. Primeiro, pois assumimos que a toxidade é nossa culpa e porque a cura está nas relações. Afinal, se foram as relações que nos ajudaram a ficar doentes, são as relações que podem ajudar a nos curar.
E o caminho não é se esconder, é se revelar. Se revelar para relações que possam ser como antídotos. Com pessoas que tenham condições de nos amar em lugares que nem a gente ama. Afinal, nós também somos capazes de amar nos outros coisas que eles não amam neles mesmos.
Não há cura no escondido, no escuro, na vergonha. A cura está na troca, na construção, em deixar os outros nos amar. E esses não são espaços fáceis de encontrar, principalmente, em uma sociedade como a nossa, mas eles existem. E existem pessoas dispostas a esse processo de encontro para a cura.
Encontre os seus espaços de cura, de afeto, se responsabilize pela sua dor, pare de acreditar que você é quebrado e vá em busca da sua cura.
Bjpro6
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