É comum quando percebemos um comportamento compulsivo a gente querer se livrar daquele componente de uma vez só. Então, se eu me masturbo muito quero parar e nunca mais fazer. Ou se como muito doce, quero parar e nunca mais ver doces na vida...
O problema é que, geralmente, esses processos de parar de uma vez e não ter mais contato com o objeto de compulsão gera um movimento de fissura, ou seja, ficamos ainda mais focados em não comer doce, em não poder chegar perto cerveja, ou da série ou...
Só que, isso tem um efeito rebote, porque aí ficamos pensando nisso o tempo todo, dá ainda mais vontade e quando percebemos nos masturbamos 10 vezes seguidas, comemos todos os doces que tinha em casa, tomamos toda a caixa de cerveja...
Por isso, é importante a gente pensar em redução de danos, ou seja, a gente tentar um caminho possível para transformar essa coisa, que para nós é difícil de lidar, em algo saudável. Já que a questão não é apenas parar totalmente de se masturbar, comer ou ingerir bebidas alcoólicas, mas conseguir colocar a masturbação, a comida ou a bebida em seu lugar adequado.
“Explica melhor isso aê, Caião?” – Por exemplo, ao invés da gente se masturbar quando estamos tristes, ansiosos ou desamparados, fazer isso em um dia que eu tomei um banho gostoso, estou feliz comigo mesmo e quero me dar prazer, como uma forma de autocuidado mesmo.
Ou, em vez de comer um monte de doce a tarde inteira porque não consigo resolver os problemas do trabalho, eu combinar de ir à minha doceria preferida e comer um doce para celebrar com os meus amigos.
É a gente poder ressignificar o lugar que aquela coisa tem em nossa vida. O problema não é você se masturbar, nem comer bolo de chocolate, o problema é fazer isso ao invés de trabalhar as questões certas, aquilo que realmente te aflige.
Deixo aqui o meu convite para que a gente possa ir dando um passo de cada vez. E ao invés de você tentar e falhar várias vezes para retirar o comportamento compulsivo de uma vez da sua vida, você poder ir criando respostas melhores para aquelas questões.
Eu sei, não é simples e tudo bem se você precisar de ajuda para conseguir trabalhar essas questões, a terapia pode ser uma grande aliada. Se precisar de indicação de um bom profissional, deixa um “eu quero” nos comentários que te ajudo.
Fez sentido para você? Já tentou parar o processo compulsivo de uma vez, falhou e ficou ainda mais angustiado e ansioso?
A redução de danos pode ser um bom caminho para te ajudar a lidar com as suas questões. E a terapia também pode ser de grande valia. Se precisar de indicação de um bom profissional, deixa um “eu quero” nos comentários que te ajudo a encontrar um terapeuta bem bacana.
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