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Prazer sem esforço – entendendo a compulsão


Quando falamos de qualquer vício, abuso ou comportamento compulsivo estamos falando de um prazer que é ganho sem um esforço natural para obtê-lo. “Como assim, Caio?”


Eu explico: No desenvolvimento natural, a masturbação, por exemplo, está ligada ao instinto de brincar, porque ela está te preparando para a vida. Ela vai ser saudável até ela ser substituída por uma relação real, no encontro com o outro.


Só que em alguns casos, a pessoa ao invés de substituir a masturbação pelo encontro com o outro ela vai substituir por uma adicção. Porque no encontro com o outro eu tenho um trabalho, tenho que conhecer outra pessoa, conquistar, criar um vínculo... até eu chegar no prazer.


A masturbação te dá a recompensa do prazer sem o trabalho. E qual o problema disso? Você perde a parte do aprendizado!


Porque quando eu levo um, dois, cinco ‘nãos’ até conseguir beijar alguém eu aprendi sobre conquista, sobre o melhor jeito de falar ou agir com cada pessoa, eu tive que me desenvolver para chegar na recompensa.


Usei a masturbação como exemplo, mas se aplica a todos as outras compulsões. A maconha te relaxa ou te dá paz, sem a necessidade de integração. A cocaína é um jeito de acessar a euforia sem ter alegria. O fast food te dá o prazer da ingestão, sem nutrição de qualidade...


De modo geral, quando a gente olha para processos compulsivos, a gente geralmente está sendo pago por um trabalho que a gente não fez.


Se eu encontro relaxamento na maconha ou na bebida, no outro dia meus problemas, minha ansiedade, minha desintegração vão continuar lá, aí eu vou ter que fumar ou beber de novo e de novo e de novo...


E por que isso acontece? Porque eu não estou desenvolvendo as ferramentas que preciso para lidar com as minhas questões reais. A compulsão representa uma falha na entrada no mundo real, em que o ganho é completo, mas exige aprendizado, exige trabalho. A compulsão sempre gera um prazer incompleto, vazio!


Importante ressaltar aqui, pessoal que ninguém se vicia na coisa em si, na bebida, na maconha, na masturbação, na comida... Mas sim no estímulo, no prazer, no relaxamento, na euforia, na resolução que aquilo traz.


É um assunto amplo e complexo, que vou falar mais nas próximas postagens.


Mas, por enquanto, conta pra mim aqui nos comentários... fez sentido para vocês, começou a esclarecer como os vícios e compulsões vão se construindo? Conseguiu identificar algo no seu dia a dia?


Bjpro6

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