Durante muitos anos (e até hoje) e em muitas ocasiões, eu, você e toda uma comunidade tivemos vergonha de usar aquela roupa que a gente adora, de demostrar carinho pela pessoa amada, de gostar daquela música ou daquela cantora... tivemos vergonha de ser quem realmente somos!
E eu te pergunto: Será que a vergonha estava ou está no lugar certo? Quantas vezes a gente levanta a mão na sala de aula ou no trabalho para fazer uma pergunta e alguém ri da gente? Como se fosse mais vergonhoso ter dúvida e querer aprender do que ridiculizar alguém?
Quantas vezes sentimos vergonha porque somos apontados pela roupa que estamos usando? Como se o simples fato da gente se sentir bem e lindo naquele look não fosse suficiente. Quantas vezes a gente sente vergonha porque se esforçou muito para fazer algo e não conseguiu? A gente ter se esforçado muito é o que deveria contar...
Passamos uma vida inteira sentindo vergonha, quando na verdade são eles, aqueles que nos oprimem, que nos fazem mal, que nos tratam como se não tivéssemos valor, que nos matam, que deveriam sentir vergonha.
Na próxima vez que sentir vergonha por alguma coisa, pare dois segundos e pense: “Essa vergonha pertence a mim ou a ele?”.
Orgulhe-se! Orgulhe-se de ser quem você é, de tentar, de levantar a mão, de usar o que gosta, de não fingir saber quando tem dúvida, e que eles, os opressores, se cubram de vergonha. Que a vergonha fique onde tem que estar, no opressor!
E se o Brasil é, pelo quarto ano consecutivo, o país que mais mata pessoas LGBTQIA+ no mundo, sendo responsável por mais da metade dos assassinatos registrados em todo o planeta*, somos nós, brasileiros, que temos culpa!
Não basta não ser homofóbico, não basta não ser transfóbico, tem que ser anti-homofóbico, antitrasnfóbico... Se a gente não se posiciona, o sangue dessas pessoas também está nas nossas mãos.
A culpa é sua, mas pode não ser! Fale mais, se importe mais, julgue menos e traga para vista o que sempre foi invisível. Juntos somos mais fortes!
No Dia do Orgulho LGBTQIA+, trago meu manifesto contra o preconceito, a homofobia, a LGBTfobia, a transfobia e a marginalização das pessoas LGBTs.
A luta também é minha! A luta é nossa!
* Os dados são do relatório produzido pelo Observatório de Mortes e Violências contra LGBTI+ no Brasil.
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