Apesar de serem confundidas, vivência e experiência são coisas distintas. Para começar, a experiência é sempre individual, mas a vivência pode ser coletiva. Um grupo de pessoas pode ter a mesma vivência, mas cada um pode ter experiências completamente diferentes.
A vivência é cognitiva, já a experiência é psicológica. Assistir um filme no cinema e entender o seu enredo é uma vivência coletiva e cognitiva, já os sentidos dados ao filme e sensações vividas enquanto o assistia são parte do campo da experiência.
Posso saber exatamente quais serão os passos de uma vivência que irei propor ao meu paciente, mas assim que a vivência começar, é a própria experiência vivida pelo paciente que irá dizer onde ela vai dar e se a vivência será transformada, ou não, em experiência.
Na experiência não há repetição. Uma pessoa com muita vivência técnica pode saber repetir o mesmo movimento com muita precisão, mas ela não se modifica, não prova e, portanto, não experimenta.
Toda experiência proporciona expansão. Sempre que for uma experiência e não apenas uma vivência, vai haver expansão.
Uma vivência que não passa pelo corpo não é uma experiência, é apenas um saber. Alguém pode saber o que é um abraço sem nunca ter abraçado ninguém.
A experiência não é algo que se faz, é algo que nos atravessa, eu produzo vivências, mas sou atravessado pela experiência. Se você tiver sensibilidade para se conectar com o que há de desconhecido, de novo, de mais profundo, a vivência dará lugar a experiência.
E é parte importante do trabalho do terapeuta ajudar o paciente a ficar sensível para que ele possa vivenciar novas experiências.
Quem sabe até propor vivências no consultório para que o paciente possa transformá-las em experiências?
Terapeuta, conta pra mim, você tem proposto novas vivências para o seu paciente? Elas têm se transformado em experiências? Você tem ajudado o seu paciente a vivenciar o novo, a se expandir e se conhecer por meio de novas experiências?
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