Imagine a seguinte cena: um menino vai sair com os amigos e escolhe uma roupa que acha que fica bem bonito. Ele se produz, combina a roupa, arruma o cabelo, se olha no espelho, se gosta e se vê pronto.
Então, ele vai para o encontro com os amigos de metrô. Chegando no metrô um homem olha para ele e fica incomodado com o jeito que está vestido, não acha que ele está vestido adequadamente para aquilo que esse homem tem como padrão, e esse homem começa, então, a ridicularizá-lo e a dizer o quanto ele é indecente ou inadequado.
O menino começa a se sentir envergonhado. Vergonha de estar com aquela roupa, de ter se arrumado daquele jeito, vergonha de ser quem ele é.
Então, eu te pergunto: Será que a vergonha está no lugar certo?
Olhando de fora é muito fácil, a única pessoa que deveria ter vergonha é esse homem babaca que está oprimindo o menino. Mas, na vida concreta não é sempre assim.
Quantas vezes a gente levanta a mão na sala de aula ou no trabalho para fazer uma pergunta e alguém ri da gente? Como se fosse mais vergonhoso ter dúvida e querer aprender do que ridiculizar alguém? Quantas vezes a gente sente vergonha porque se esforçou muito para fazer algo e não conseguiu? A gente ter se esforçado muito é o que deveria contar.
Passamos uma vida inteira sentindo vergonha, quando na verdade são eles, aqueles que nos oprimem, que nos fazem mal, que nos tratam como se não tivéssemos valor, que deveriam sentir vergonha.
Na próxima vez que sentir vergonha por alguma coisa, pare dois segundos e pense: “Essa vergonha pertence a mim ou a ele?”.
Orgulhe-se! Orgulhe-se de ser quem você é, de tentar, de levantar a mão, de não fingir saber quando tem dúvida, e que eles, os opressores, se cubram de vergonha.
Que a vergonha fique onde tem que estar, no opressor!
Bjpro6
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