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Coisas sobre sexo que ninguém te contou e que você não aprende no X-TUBE


Essa semana participei de uma conversa sobre sexo numa roda de amigas que me deixou bastante reflexiva. Quanto sofrimento compartilhado! Daí fiquei me lembrando de situações que já vi em consultório, das neuras que eu mesma já tive nessa vida, em todos os desabafos que já ouvi...


Se pudéssemos repensar determinadas certezas e posturas que temos em relação ao sexo nosso de cada dia, nossa vida seria tão menos complicada... Você não acha?

As pessoas gostam mesmo das coisas mais curiosas possíveis (e tudo bem!) Muitas pessoas tem taras/fantasias que julgam exóticas, bizaras, nojentas e tão incomuns pra elas, que nunca contariam a ninguém. Mas, se não colocam em risco a integridade física e psicológica de outras pessoas, se não traz sofrimento/dano pra nenhuma das partes, se não causam comprometimento em nenhuma área da vida, essas particularidades não tem que necessariamente serem tachadas como algo errado, terrível, vergonhoso, quase como uma doença.


Talvez possamos olhar como algo simplesmente nosso, e ponto. Sem atribuir tanto juízo de valor, sabe?


Os nossos gostos, manias, visão de mundo e, porque não, também os nossos fetiches, de algum modo tem sua base em nossa história de vida. E nenhuma história é igual a outra. Nós somos amplos, diversos, complexos demais. Não haveria como esperar que no campo da sexualidade isso fosse diferente. Não há como padronizar nossas fantasias e desejos, não há um manual a seguir. Então, celebremos esse mundo imenso de possibilidades que levamos dentro! Que possamos vivê-lo sem culpa.

Mas também... não nos esqueçamos que sexo não é só festa... Sexo nem sempre é sinônimo de simples e fácil

Um momento prazeroso a dois (ou mais, quem sabe?) exige sensibilidade e desejo de exploração da nossa parte. É sempre descoberta e experimentação. E nem todas elas são mágicas, incríveis. Algumas podem ser bem difíceis, na verdade. E não se culpe por isso.


Toda interação humana tem potencial pro desencontro também, mas estes podem ser alinhados. Pra além dos simples desencontros, também existem diversos distúrbios relativos à sexualidade: há quem não sinta desejo sexual. Há quem não tenha orgasmo, há quem sinta uma dor imensa durante as relações.


É só dar um google e você pode ver uma lista cheia de nomes técnicos para questões difíceis enfrentadas por homens e mulheres todos os dias. O importante é saber que existe tratamento pra essas questões. Há profissionais capacitados para te ajudar com isso, então porque não contar com eles pra melhorar sua qualidade de vida?


Para além dos distúrbios, tem outros elementos que nos assombram também: as idealizações, ideias prontas do que é sexo de verdade e de como/com quem deve ser feito, o apego a modelos externos e uma desconexão/desconhecimento do que é bom de verdade pra nós...

Teu quarto não é um setting de filme pornô

E você provavelmente não vai ter 5 relações seguidas, nem sua parceira vai chegar ao clímax de uma forma digna de filme se você e ela não se implicarem.


Há muita idealização, às vezes até uma glamourização em torno do sexo e quando nos deparamos com o real, muitas vezes podemos nos frustrar.


Precisamos nos lembrar que, do lado de cá do X-Videos, sexo é algo construído e também um aprendizado constante, em toda e qualquer relação. Quando flui é incrível, mas pode dar muito trabalho, sim! Como tudo que não está dado, que não está pronto. Pode não rolar, pode ser horrível vez ou outra. Porque cada um tem seu ritmo, seu jeito, suas particularidades, e quando vamos pra cama com alguém, levamos tudo isso conosco.


Se você não transa com teu espelho, poderá haver sim falhas de comunicação, diferenças e desencontros, eventualmente. E tudo bem, acontece.

Um soco nos ideais

Não existe isso de "você só precisa fazer X, Y e Z e pronto, cumpriu o protocolo do que é fazer sexo corretamente. Parabéns!".


Não existe performance e frequência sexual ideal, normal, certa ou errada. Fuja desse checklist social que quer ditar quantas transas a gente tem que ter por semana pra ter um relacionamento perfeito, ou qual é o número de parceiros que já deveríamos ter tido a essa altura da nossa vida, ou qual é a melhor idade para iniciar ou encerrar nossas experiências sexuais.


O que existe são diferentes abordagens e funcionamentos para diferentes pessoas e o que faz sentido pra cada um de nós. Então, não se cobre, não se exponha ao que no fundo não tem muito pé nem cabeça pra você.


Não existe certo e errado, mas, ainda assim, às vezes sofremos por carregar certezas demais. A diversidade reina: nem todo mundo gosta de sexo do mesmo jeito, nem todo mundo é super sexual (aliás, os assexuais existem, sabia?), sexo casual não é gostoso pra todo mundo, sexo dentro de um relacionamento, com amor, nem sempre é melhor, uma relação não deixa de ser sexual por não incluir penetração... quantas interrogações cercam esse assunto, né?


O que nos leva ao próximo item....

Você precisa se comunicar Já que não tem receita de bolo, dizer o que gosta, como gosta, e quais são suas fantasias facilita a vida.


Não, nem sempre o sexo é óbvio.


Quando falo sobre isso entre amigos, costumo dizer que até os dois ou três anos de idade, tudo bem ficarmos nessa posição em que o outro tenta decifrar do que precisamos e o que queremos.


Depois disso, ou você se comunica de alguma forma, ou vai viver frustrado. Não tem jeito. O outro não tem como adivinhar, o outro tem outro funcionamento, outros gostos, e quem mais pode saber de você nesse quesito é você mesmo.


Sério, falar a respeito já salvou muitas relações mundo afora, então faça um favor a você e a seu relacionamento: quebre essa tabu.

Jogue todos os conceitos fora e simplesmente esteja ali

"Mulher gosta disso, gosta daquilo... mulher é assim... homem pensa nisso o dia todo.... homem adora isso e aquilo...". Não, não tem essa.


Qual mulher? Qual homem? Teu parceiro ou parceira, assim como você, é um universo muito próprio, particular. Colocá-lo numa bacia com o resto do mundo não costuma ajudar muito.


Nenhuma pessoa é uma figura estanque, fechada, imune às oscilações: uma acrobacia que funcionou em um dia com essa pessoa, não cola no outro.


Aquele carinho, aquela instigada, foi maravilhosa na semana passada, mas hoje talvez não estimulou nem um pouco. Não dá pra simplesmente replicar a mesma coisa o tempo todo de forma mecânica, robótica, num receio de evitar as trilhas que ainda não percorremos.


Às vezes o medo das experimentações nos deixa nesse lugar.


Como fazemos então?


Eu penso que é preciso estar com o outro. Mas estar de verdade, sabe? Inteiro, presente, de forma atenta e sensível. Como é rico quando podemos estar abertos ao outro que está logo ali, a nossa frente... entregues às experiências, às sensações que vão sendo produzidas em nós.


O sexo pode ser uma experiência real de encontro, um aprendizado profundo e contínuo de si e do outro.

Já pude ver de perto esse tema ser trabalhado, e pessoas se debaterem com alguns fantasmas que assombram suas vidas sexuais quando estive no Mergulho, uma experiência profunda de autoconhecimento que tive o prazer de fazer parte, e que recomendo muito!


Nesse evento pude ver como crenças muito sedimentadas, ideias muito fechadas, preconceitos, receio e desconforto de falar a respeito, aos poucos foram sendo olhadas com mais cuidado, desafiadas, transformadas.


Como qualquer dimensão humana, o sexo se apresenta de diferentes e complexas maneiras, e merece de nós um olhar mais amplo e esvaziado de preconceitos, réguas e modelos pré- estabelecidos para as suas manifestações.


No final, um pouco mais distantes dos lugares comuns, a gente fica mais leve, podendo circular mais livremente dentro de nós mesmos. Sorte de quem nos encontra assim!


Quer saber mais sobre essa experiência transformadora que pode ter um efeito positivo até mesmo na sua vida sexual? Clique aqui e descubra o Mergulho: https://www.caiograneiro.com/mergulhopessoal


Um beijo, mas não de língua, afinal ainda não somos tão íntimos assim! rs....

Psicologa Ana Carolina Morelli


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