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A primeira vez em um quarto sujo


O João era um cara bonito, tinha um bom trabalho e se considerava um gay bem-sucedido. Só que tinha uma questão: ele já tinha 28 anos e nunca tinha namorado ninguém.


O que acontecia: ele ficava com os caras, transava, mas quando a relação ficava mais íntima e parecia que ia virar um namoro, ele acabava rompendo. E o principal motivo é que ele perdia o interesse sexual por aquela pessoa.


Quando chega na terapia ele não tem muita clareza do porquê isso acontece. Ele me dizia: “Ah, eu devo ter algum problema, porque eu não consigo namorar, eu perco o interesse”.


Então, fomos olhar para a primeira vez do João. Ele contou que conheceu um cara pelo bate-papo do uol, que morava próximo da sua escola e eles começaram a conversar. Na época, o João tinha 16 anos.


Um dia, João tomou coragem e foi até a casa dele. O cara era “discreto e fora do meio”, não era assumido e era bem mais velho, por volta dos 40 anos. Chegando lá, o cara levou o João para um “quartinho da bagunça” nos fundos da casa.


E assim foi a primeira vez dele: com um homem mais velho, que tinha cheiro de cigarro e bebida, em um quarto que era sujo, sem uma cama e sem conforto, a relação não teve carinho, nem afeto, apenas ele lá sendo usado como objeto por aquele homem.


Essa primeira experiência deu ao João uma ideia de que o sexo era algo sujo, feio e que precisava ser evitado em uma relação de afeto.


Aí, quando começava a gostar de alguém, ele parava de querer fazer sexo com a pessoa e se impedia de estar naquela relação, porque tinha medo de ao ter um contato mais íntimo, a relação ser contaminada pelo sexo.


Conforme o João foi trabalhando essas questões na terapia e resgatando as possibilidades de afeto ele pôde, então, começar a se vincular emocionalmente com outras pessoas.


O post de hoje é para dividir a história de um paciente com vocês, o João (nome fictício), que tinha muitos problemas para se relacionar emocionalmente com outros homens e nem fazia ideia de que isso era consequência das suas primeiras experiências sexuais.


Por isso, é sempre importante olharmos para o nosso passado, entender como ele nos afeta e tentarmos inaugurar novos processos.


Terapia pode ajudar e espaços terapêuticos como a Comunidade Gays Conscientes também. Se tiver interesse em entender melhor como funciona, deixa um “eu quero” aqui nos comentários que envio as informações.


Bjpro6

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