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Gays e Drogas: o que as pesquisas revelam


Alguns estudos, realizados em diversos países, especialmente, nos Estados Unidos e Europa, indicam que a população LGBT tem uma disposição maior ao uso de drogas se comparada à população heterossexual.


Dados da LGBT Foundation, baseados em uma longa pesquisa, que durou de 2009 a 2014, mostram que a o uso de drogas em geral entre pessoas LGBT é sete vezes maior que o da população em geral, em todas as faixas etárias.


Outra pesquisa, desenvolvida pela ONG Stonewall, em 2013, mostrou que homens gays e bissexuais fumam, bebem e usam mais drogas em comparação aos homens em geral.


Os dados revelaram que metade (51%) dos homens gays e bissexuais usaram drogas no último ano em comparação com 12% dos homens em geral.


Já um estudo de 2019 realizado com mais de 15 mil adolescentes em oito países europeus revelou que jovens que se atraem pelo mesmo sexo ou por ambos são os mais vulneráveis ao consumo de álcool e outras substâncias.


O estresse e a discriminação associados a ser uma minoria sexual são apontados pelo pesquisador como possível explicação para o abuso das substâncias.


Pesquisadores brasileiros citam ainda mais algumas vulnerabilidades que podem explicar a relação não saudável com as drogas: sofrimento e violência sentidos na “saída do armário”, homofobia internalizada, preconceito cotidiano, falta de políticas públicas de acolhimento...


Vale ressaltar que o uso de drogas não é exclusividade dessa população, é um problema que atinge milhares de pessoas em todo o mundo e só tem crescido nos últimos anos.


Dados do último Relatório Mundial sobre Drogas das Nações Unidas revelaram que cerca de 269 milhões de pessoas usaram drogas no mundo em 2018, aumento de 30% em comparação com 2009 e que 35 milhões de pessoas sofrem de transtornos associados ao uso de drogas.


Sei que o assunto tem gerado muita polêmica por aqui, e que nem sempre as pesquisas e estudos revelam a realidade que vivemos ou conhecemos.


Mas, trouxe esse assunto para o debate, justamente, pra gente ter trocas saudáveis sobre ele e, principalmente, pra gente pensar em possíveis caminhos e soluções, em como podemos cobrar os governantes para que desenvolvam mais e melhores políticas públicas de apoio e suporte para essa população.


Uma vez que, além dos dados, os estudos também ressaltam as barreiras aos serviços de tratamento de abuso de substâncias para essa população, que muitas vezes incluem discriminação, hostilidade, segregação e falta de aceitação.


Conta pra mim aí nos comentários: As pesquisas refletem a realidade que você conhece? Faz sentido para você?


E para quem quiser se aprofundar no assunto, deixo aqui as referências de algumas das pesquisas e estudos que utilizei como base para realizar as postagens com essa temática:


- HALKITIS, P.N.; PARSONS, J.T. Recreational Drug Use and HIV-Risk Sexual Behavior among Men Frequenting Gay Social Venues, 2002.

- JORDAN, K. M. Substance abuse among gay, lesbian, bisexual, transgender, and questioning adolescents, 2000.

- Part of the Picture (POTP), LGBT Foundation (LGF) and University of Central Lancashire (UCLan), 2009-2014.

- ONG Stonewall. Gay and Bisexual Men’s Health Survey, 2013.

- KÖLTÖ, A. Romantic Attraction and Substance Use in 15-Year-Old Adolescents from Eight European Countries, 2019.

- GARCIA, F. D. et al. (Org.). Vulnerabilidades e o uso de drogas. Belo Horizonte: 3i Editora, 2016.

- DUARTE, M. J. de O. Diversidade sexual, políticas públicas e direitos humanos: saúde e cidadania LGBT em cena. In: Temporalis. Brasília (DF), 2014.


Já o relatório completo do Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime (UNODC) está disponível no link: wdr.unodc.org.


Bjpro6

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