A fala franca no consultório não é um lugar de dizer qualquer coisa que a gente pensa, doa a quem doer. Ela é um compromisso ético com o paciente de dizer a verdade sempre, custe o que custar.
Só que, às vezes, a verdade aparece de um jeito difícil. Por exemplo: o paciente chega no consultório com um novo corte de cabelo, que o terapeuta acha horrível, e pergunta se o terapeuta gostou.
Se o terapeuta disser que ficou bom, vai mentir para o paciente. Se ele falar que ficou horrível, pode machucá-lo.
Então, eu tenho um combinado com o paciente de sempre ser verdadeiro com ele. Se ele perguntar se o cabelo está bom e eu achar que está feio e que essa resposta pode machucá-lo, eu vou dizer:
“Olha, neste momento eu acho que se eu disser o que eu penso sobre isso vai te fazer mais mal do que bem. Eu acho que a gente vai poder falar sobre isso, mas em um outro momento”.
E a recíproca tem que ser verdadeira também. Se o terapeuta pergunta algo para o paciente que ele não quer contar naquele momento, ele não deve mentir.
Ele pode responder: “Tem uma coisa na minha infância, ou aconteceu algo esta semana, que é difícil para mim, que eu não consigo falar neste momento, não estou pronto”.
E a gente vai trabalhar junto com o paciente para poder ajudá-lo a confiar e conseguir contar aquele fato. É um acordo de que, a gente nunca mente no consultório. A gente sempre vai dizer a verdade.
Arte 10:
E quando a gente achar que essa verdade é intolerável para o paciente, a gente avisa que é melhor retomar aquele assunto em um outro momento, quando ele estiver pronto e em condições de lidar com aquela questão.
Conta pra mim terapeutas, como lida com a fala franca no consultório? Sempre diz a verdade para os seus pacientes?
Bjpro6
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