Como o pai pode ajudar o filho a experimentar a própria destrutividade

“Como assim Caio, a criança tem que experimentar a própria destrutividade?”. Sabe quando a criança fica brava e quer bater e quebrar tudo que vê pela frente? Aí ela está, por exemplo, batendo na parede um carrinho que ela gosta muito.
É importante ressaltar aqui que a criança não consegue elaborar a própria raiva. Por isso a importância do pai nesse cenário, que geralmente age de duas formas:
Ou o pai fala: “Ah é, quer quebrar? Então, quebra, mas é você que vai ficar sem o brinquedo”. E aí a criança destroça o carrinho na parede e fica sem o brinquedo. Nesse momento a criança não só experimenta como fica com medo da própria destrutividade.
Ela sente que pode ser forte demais e pode destruir o mundo e o que está em volta dela. E isso é péssimo, porque a criança não pode ter medo da própria potência.
Ou então, o pai vai tirar o carrinho da mão da criança, mesmo que ela chore, e vai falar: “Não pode, para de bater na parede, senão você vai quebrar o seu brinquedo”. Dessa forma, o pai está deixando a criança experimentar a própria destrutividade, mas em um lugar seguro.
Ela não vai quebrar o carrinho e não vai ter que se a ver com uma destrutividade que ela ainda não dá conta. E a criança vai entender com essa experiência de que o pai é mais forte do que ela e que ao invés de destruir, ele protege.
Que ela não precisa ter medo da própria força, porque quando ela crescer ela vai ser forte como o pai e vai saber usar a própria força e a própria destrutividade.
Quantos homens gays que tiveram pais faltantes não crescem com dificuldade de dizer não, de impor limites, ou se submetem, ou não sabem lidar com um “não” e já acabam com a relação, ou saem destruindo tudo.